Provedor de Justiça assinala Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto
O curso normal do tempo distancia-nos dos factos que preenchem o nosso passado. É, por isso, comum que, à medida que os anos passam, determinados acontecimentos adquirem a leveza de uma memória pouco nítida, esbatida pelo ritmo frenético e preenchido do nosso quotidiano. Há, contudo, momentos da nossa história – entenda-se, da história da humanidade – que não podem, jamais, ser suavizados. O martírio a que, durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de pessoas foram sujeitas não pode ser esquecido. Foram milhares, repito, milhares aqueles que, em virtude da sua diferença, foram dizimados e maltratados em nome de uma (pseudo)perfeição do ser humano, olvidando-se que este é perfeito na diversidade que o constitui. Nós somos completos na diversidade de credos que professamos. Nós somos completos na multiplicidade de cores das nossas peles. Nós somos completos na variedade de composição familiar em que o amor se pode exprimir. Somos, em suma, pessoas perfeitas quando, com todas as nossas imperfeições e diferenças, vemos respeitada a nossa dignidade e reconhecidos os nossos direitos mais fundamentais.
Hoje comemora-se o septuagésimo primeiro aniversário da libertação das pessoas que se encontravam no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, efeméride que motivou a instituição do Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto. O Provedor de Justiça, intransigente defensor dos direitos humanos, recorda, com esta breve mensagem, todos aqueles que pereceram – ou viram os seus familiares e amigos perecer – nos campos de concentração e extermínio nazis, bem como todos aqueles que, a par da tatuagem alfanumérica que para sempre os acompanhará, estão marcados na memória pelo sofrimento que lhes foi infligido.